terça-feira, 22 de julho de 2008

Devaneios de um caminhante um pouco solitário

São Paulo
Palácio das arcadas


Antiga sede da Rádio Record, palco de parte dos anos de ouro de nossa saudosa música.





Falso restauro de fachada, crime imoral feito às vistas de todos no centro de São Paulo















Nós


O reflexo no vidro, a transparência ao fundo: metáfora de nós que nos refletimos e nos transparecemos para nós mesmo, deixando de nos enganar naquele exato momento, ainda que só nese momento preciso e valioso.



















Meu quarto, meu íntimo, e o exterior, a avenida lá fora, somos esse jogo de esconde esconde entre nós e os outros.

Quantos nós! Mas assim é, porque vivemos entre muitos, como disse Aristotéles somo um animal político, vivemos em sociedade e devemos nos primorar afim de tornar a convivência a melhor possível e transformar nossas ações em atos harmoniosos que nenhum mal possa fazer a ninguém.... parece utópico mas não é, não precisa ser.

E por falar em sociabilidade, como cada um de nós participa dos rumos de nossa cidade, este caos paulistano que aprendemos a chamar de São Paulo? Será que notamos as contínuas mutações que ela sofre:

as especulações imobiliárias que destroem a paisagem urbana, a degradação do meio ambiente, o aumento camncerígeno de automoveís, a inexistência de ciclovias, o partido, PSDB, que há 13 anos sucateia os serviços públicos, a polícia e os seguranças que nos reprimem e nos observam!

São tantas as mazelas da cidade que poderiamos lista uma para cada um dos 20 milhões de pseudo-cidadão que nela moram. Um desses males, que quero salientar aqui, é o descaso com o patrimônio artístico, histórico e cultral de nossa cidade, quiçá de nosso estado. O que nós efetivamente conheçemos da dita cultura paulista? O que nós aprendemos sobre este patrimônio, qual é a consciência histórica que possuímos?

Parece que não sabemos olhar pela janela o observar a beleza de uma casa simples, que cor ocre que está ali caída, em meio aos prédios devoradores de céu. Ou até mesmo algo impontente não é percebido-apreciado pelo nosso olhar cedo e vicíado. Ninguém choraria a derrubada do Martinelli, pelo contrário, o que é o Martinelli?

São Paulo sempre confundiu progresso com re-construção, re-tificação. Assim, onde estão nossos rios, lagos, cachoeiras, corrégos? Para onde foi parar os prédios de bela e histórica arquitetura do centro antigo? Onde foram meter nossa Ypês, nossas matas e nossa animais? Porque a cidade que não pode parar precisa destruir tudo, seu passado, sua memória, em nome do progresso, será que estes não podem conviver em paz, com certa harmonia? Será que tudo vai para o abismo da história?

Quero trazer para nós um pouco de nossa cidade. Não apenas as belezas óbvias-despercebidas do centro mas, antes, tentar refinar, criticamente, o olhar para os detalhes do bairro, dos cantos da cidade, para a existência única da favela, das arquiteturas, as calçadas, o que desaparece e surgi, o que se modifica e que se restaura.


Conhecer nossa história, saber que há uma memória que deve ser preservada e conhecida é o primeira paço para pode interferir nos rumos do presente em direção ao fúturo que queremos

DiCa: * Leia o livro de Heródoto Barbeiro "Meu velho Centro" onde o jornalista e historiador mostra com seus belos textos, recheado com fotografias que buscam o detalhe, o que sobrou de nosso glorioso e belo centro histórico, hoje tão degradado.


* "Três cidades um século", livro da primorosa editora Cosac Naify. Nele encontramos fotos, gravuras, aquarelas e desenhos da cidade que mostram como em um século São Paulo deixou de ser a cidade de taipa colonial para viram a massa metropolitana de concreto.


3 comentários:

  1. Marcel, meu amigo! quanta verdade nos devaneios desse caminhante! estou com muitas saudades e uma vontade enorme de te dar um abração. Vc sabe que vc é apaixonante, cheio de energia e voracidade, cheio de luz e com uma sede enorme do saber. Eu te amo meu amigo! Beijão!

    ResponderExcluir
  2. olá!
    estou "pagando a visita", conhecendo teu blog.
    vamos nos falando e trocando umas e outras idéias.
    abraço!

    ResponderExcluir
  3. Acho se olhar para são paulo muitobonito, olhar para o que é simples e descobrir além daquele olhar.Dar valor para o que muitos passam e nem percebem o que olham, que bom que vc é uma pessoa que olha e vê além. Viva o Marcel. bjs

    ResponderExcluir

Se te apetece deixe ai o que pensa